Filho de nobres, Nicolau nasceu na cidade de
Patara, na Ásia Menor, na metade do século III, por volta do ano 250.
Foi consagrado bispo de Mira, atual Turquia, quando ainda era muito
jovem e desenvolveu seu apostolado também na Palestina e no Egito.
Mais
tarde, durante as perseguições do imperador Diocleciano, foi
aprisionado até a época em que foi decretado o Edito de Constantino,
sendo finalmente libertado. Segundo alguns historiadores, o bispo
Nicolau esteve presente no primeiro Concílio de Nicéia, em 325.

São Nicolau é conhecido
principalmente pelo seu carinho e cuidado para com os pobres e as
crianças, já que ao receber por herança uma grande quantia de dinheiro,
livremente partilhou com os necessitados. Certa vez, Nicolau sabendo que
três pobres moças não tinham os dotes para o casamento e por isso o
próprio pai, na loucura, aconselhou a prostituição, jogou pela janela da
casa das moças três bolsas com o dinheiro suficiente para os dotes das
jovens. Daí que nos países do Norte da Europa, usando da fantasia, viram
em Nicolau o velho de barbas brancas que levava presentes às crianças
no mês de dezembro. No hemisfério norte, dezembro é inverno.
O nome Nicolau vem de duas palavras gregas: nikos, que significa vitória, e de laos, “povo”; Nicolau significa, então, “vitória do povo”.
A origem do Papai Noel
Pela
sua compaixão com os pobres e especialmente com as crianças, São
Nicolau inspirou a lenda do Papai Noel; sendo confundido com ele.
Chamado Nikolaus na Alemanha, passou a ser Santa Claus entre os
anglo-saxões, Père Noël na França e Pai Natal em Portugal. No Brasil, é
Papai Noel.
Havia em alguns lugares da Europa
a tradição de, pelo Natal, presentear-se as crianças das aldeias com
doces e brinquedos, como símbolo de homenagear o Menino Jesus, o
Deus-Criança; era o próprio Menino Jesus quem trazia os presentes. Em
algumas regiões, esses presentes eram dados na festa da Epifania, 6 de
janeiro, quando era celebrada a visita dos Magos (que não eram reis) do
oriente ao Menino Deus. Aos poucos essa tradição se firmou com a
história de São Nicolau e a ele passou-se a atribuição de trazer os
presentes…
Uma das pessoas que ajudaram a dar
força à lenda do Papai Noel foi Clemente Clark Moore, um professor de
literatura grega de Nova Iorque, que lançou o poema Uma Visita de São Nicolau,
em 1822, escrito para seus seis filhos. Nesse poema, Moore divulgava a
versão de que ele viajava num trenó puxado por renas. Ele também ajudou a
popularizar outras características do bom velhinho, como o fato dele
entrar pela chaminé.
Enquanto São Nicolau era
originalmente retratado com trajes de bispo, atualmente Papai Noel é
geralmente retratado como um homem rechonchudo, alegre e de barba branca
trajando um casaco vermelho com gola e punho de manga brancos, calças
vermelhas de bainha branca, e cinto e botas de couro preto.
Antigamente, ele usava cores que tendiam mais para o
marrom e costumava usar uma coroa de azevinhos na cabeça, mas não havia
um padrão. Seu atual visual foi obra do cartunista Thomas Nast, na
revista Harper's Weeklys, em 1886, na edição especial de Natal. Em
alguns lugares na Europa, contudo, algumas vezes ele também é
representado com os paramentos eclesiásticos de bispo, tendo, em vez do
gorro vermelho, uma mitra episcopal.
Em 1931 a
Coca-Cola realizou uma grande campanha publicitária vestindo Papai Noel
ou Pai Natal ao mesmo modo de Nast, com as cores vermelha e branca, o
que foi bastante conveniente, já que estas são as cores de seu rótulo.
Tal campanha, destinada a promover o consumo de Coca-Cola no inverno
(período em que as vendas da bebida eram baixas na época), fez um enorme
sucesso e a nova imagem de Papai Noel ou Pai Natal espalhou-se
rapidamente pelo mundo. Essa imagem tem se mantido e reforçado por meio
da música, rádio, televisão e filmes.
Recuperando o significado do Papai Noel
Hoje
a figura do Papai Noel está intimamente relacionada ao consumismo
desenfreado das festas de fim de ano. Lamentavelmente, se perdeu o
significado original, inspirado na solidariedade e na compaixão. Papai
Noel hoje é personagem da propaganda indutora do consumo disfarçado de
gesto carinhoso na troca de presentes, sem nenhuma relação direta com a
celebração cristã do nascimento de Cristo.
Nesse
sentido, não vale a pena combater Papai Noel, mas tentar trazer de
volta seu significado maior de solidariedade e partilha, inspirado na
figura de São Nicolau; uma atenção carinhosa às crianças sem
necessariamente associar a ideia de consumo e trocas interesseiras. Por
exemplo, reunir as crianças com o Papai Noel e conversar com elas,
ouvi-las e contar estórias que provoque nelas uma reflexão simples sobre
relações humanas, comportamento solidário, ecologia, etc.
Nessa
esperança, o Papai Noel estará na Igreja de São Paulo Apóstolo aos
domingos à tarde, para acolher as crianças que passarem por perto do
templo, mostrar-lhes o presépio e contar estorinhas. E durante a semana,
o Papai Noel tentará estar em vários espaços do Bairro de Santa Teresa
visitando as crianças do lugar.
É uma
modesta (e talvez ingênua) tentativa de apresentar uma alternativa mais
adequada à celebração do Natal de Jesus, o Cristo, um serviço às
crianças, em nome do Senhor.
Rev. Luiz Caetano, ost+
Retirado do blog O Apóstolo
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